Esse post para mim é especial, pois vou falar da minha companheira de muito tempo a minha Honda Shadow 600!  Tenho o prazer de rodar há 14 anos com ela já. Mas minha história com a Shadow é curiosa, ela é uma moto que eu particularmente sempre tive críticas quando ao seu estado original, pois há alguns erros de projeto e ciclística que apagam um pouco o brilho dela. Porém e já dando spoilers, com pequenos ajustes ela se transforma em outra moto! Ficando fácil de pilotar e se apimentar ela, fica com a puxada muito boa e faz motos de outros estilos suarem para andar igual. Então, voltando ao assunto, nesse post vou contar um pouco da minha trajetória com essa unidade, onde para mim é a melhor moto do mundo, pois é a minha moto!

Eu sempre tive a intenção de pegar um Yamaha Virago 535 depois da minha Yamaha Virago 250 e isso perdurou até aparecer uma oportunidade de negócio bem boa, onde uma Honda Shadow 600 estava com um preço muito bom e na minha frente. Pensei muito, coloquei na balança todos os pontos, estudei a moto de cabo a rabo para entender quais as vantagens de pegar ela, até que decidi aproveitar a oportunidade. Eu já havia rodado um pouco com uma de um amigo e eu sempre comentava, “a moto é bem forte, estável, mas sua curva eram quadradas, com um guidão pesado e desengonçado”. Porém o que me levou a pegar a Shadow foi os meus estudos. Analisando o seu peso e distribuição, notei que a frente se tornava pesada e desengonçada devido o seu guidão que não faz uma alavanca satisfatória perante as características da moto, ou seja, uma Ape-Hanger de  12″ de altura ou um Z-Bar de 10″ de altura, já resolveria o problema.

Com todas essas informações na mão, resolvi pegar essa Honda Shadow 600 ano 2000, com sua dupla carburação e com sua bomba de gasolina prata (melhor versão da bomba, vai por mim) e bom boa parte da sua estética original (exceto pela placa lateral e o escapamento aberto). Comprei a motoca e já na primeira semana dei um nome a ela Sharon: a Shadow (sim, brega para caramba) e resolvi botar ela na estrada, foram 1600Kms rodando por PR e SC indo ao encontro da Serra do Rio do Rastro (que farei um post mais além). Resumo da história, moto aprovada exceto seu guidão obvio! Voltando a primeira customização foi colocar um Ape-hange de 14″ nela e digo sem rodeios, a moto melhorou muito! Costumava dizer que com esse guidão eu conseguia rodar em volta de uma moeda de R$ 1,00.

Depois de um tempo eu montei a Head Biker Motorcycles, uma oficina de Kustomização em Curitiba e claro que ela não iria passar batido a isso. Então, comecei a kustomizar a Sharon e isso é como tatuagem, fez uma coisinha, não para mais! Com a oficina montada nós precisávamos de motos portfólio e nada melhor que as nossas motos, certo? Então em um feriado de carnaval, começamos a brincadeira. A Rusty você pode conferir sua história e trajetória no primeiro post Motos das nossas vidas: Rusty. Já a Sharon eu tinha uma ideia de deixar ela mais clássica e com uma mescla entre as Choppers e Bobbers americanas, coisa simples, mas de bom gosto. Então parti para retirar o garupa da moto, colocando o paralamas fixo na balança, um banco de molas e manter o Ape-hanger de 14″. Aí quanto a pintura, pensei no clássico Preto Fosco com as Rodas Vermelhas e suas bandas brancas… Definido isso? Bora meter a mão na massa:

Depois de um processo dedicado e com poucos recursos ferramentais, já que estávamos no início da oficina e em fase de mudança, onde o projeto se iniciou na garagem de casa e finalizou-se em nosso ponto comercial… O resultado ficou bem satisfatório que até rendeu publicação em revistas e em um canal de TV argentino especializado em Carros… Bom,  veja você mesmo como ficou a primeira versão da Sharon Kustomizada:

A versão citada acima ficou “em vigor” por aproximadamente 2 ano, onde rodamos em diversas feiras e saímos em algumas revistas especializadas, etc. Porém depois de um tempo, precisávamos renovar seu visual dela devido a oficina, aplicando novas técnicas, criando novas peças e deixando ela ainda mais próximo do que eu gostaria que fosse minha moto. Então partimos para a Sharon 2.0. Mudando os locais dos componentes elétricos, deixando ela com um vão abaixo do banco, expondo o amortecedor, mudamos a bateria de local, colocando ela fixa no quadro, Tirar o filtro de ar origina (que irá virar um post mais para frente), além de mudar a cor dela, onde aplicamos o Flake Azul nos flames do tanque e uma pintura com pequenas partículas metalizadas, onde com a luz do sol e olhando bem próximo a ela, fica um marrom metalizado e de longe ela é totalmente preta. E mudamos o guidão para um Z-Bar de 10″ de altura para trazer maior agressividade na pilotagem dela. Foram mudanças drásticas para mostrar o quanto poderíamos mudar a moto sem tirar a essência dela.

Depois disso, infelizmente tivemos um hiato de customizações, onde ela ficou parada por alguns anos devido a problemas pessoais… Tempo esse que passou e hoje estamos novamente na ativa, rodando e pronta para uma nova versão… Onde eu planejo em um curto espaço de tempo, mudar o quadro dela para HardTail, onde conto um pouco sobre isso no post Shadow 600 Hard Tail, quero mudar a cor dela, voltando para os detalhes em vermelho, porém com a pintura ainda metalizada. Mudar o escapamento dela para algo mais Old School, além de voltar o garupa para ela, pois quero muito rodar com meu piá. Além de colocar o pneu old school na dianteira e o pneu de fusca na traseira… Como eu comento no post:  Vamos falar de pneu traseiro. Enfim, há muita coisa a se fazer nela ainda… Pois como falei no início do post. Kustomizar é como tatuar, sempre temos mais alguma para fazer.

Espero que tenham gostado, pois esse canal aqui é para compartilhar histórias e experiências com vocês e a Sharon é parte disso.
Obrigado por ler até aqui! E um baita abraço!