Fala pessoal!!! Como todos que nos conhecem sabem, temos histórias a rodo, seja na estrada, seja na oficina, ou mesmo na garagem de casa… E para compartilhar um pouco das histórias, vou criar uma linha que particularmente acho muito legal em postar aqui… As Motos das Nossas Vidas, onde quero mostrar todas as motocas que tivemos, trabalhamos ou estamos trabalhando, contar a história delas, mostrar o processo de customização, entre outras coisas correlatas. Para começar a escolhida da vez é a Rusty, a motoca da Taiana, uma moto que está conosco há uns 16 anos conosco… Uma Yamaha Virago 250 (XV250) que olha é guerreira, pois já passou por muitas estradas, estradas que não eram para ela! Bom… Isso é uma parte da história dela. Mas deixa eu começar a contar sobre ela.

Em meados de 2016 eu estava saindo do mundo trail (uma XLR 125) e indo para o mundo que eu há muito tempo estava de olho, as custom… Comecei a procurar umas custons quando me deparei com a Viraguinho, uma moto pequena, bonita e com um ronco que me lembrava muito o “potato” as Harley-Davidson (isso por causa do compasso do motor, explicarei isso melhor em outro post), amor a primeira vista. Visto ela comecei a procurar a moto em diversas lojas de Curitiba onde morava na época, onde encontrei ela, toda cheia de franjas (hauhauhau), capinhas de couro, uma bolha protetora que eu achei maravilhosa, nossa era a motoca. Bom, ela era assim:

Tempos depois, eu vendi ela para a minha namorada na época e hoje esposa a Taiana, e aí começaram os desmontes, pois eu amava a virago original e nem tinha ideia de kustomizar ela, mas não a Taiana, ela já estava com a esmerilhadeira na mão quando comprou a Virago… Aqui chegamos ao  momento mais legal do post, a kustomização. Alguns bons anos depois eu e ela montamos a Head Biker Motorcycles, uma oficina de kustomização que contarei a história em outro post… E aqui a festa começa, pois precisávamos de portfólio para a nossa empresa, certo? Então nada mais natural que cortarmos as nossas motos, e fomos lá!

Assim nasceu a Rusty

Como sempre curtimos e seguimos a velha escola da kustomização e dentro dessa linha temos dois sub-tipos de motos custom, as Choppers e as Bobbers, dois tipos muito parecidos, mas com detalhes distintos e marcantes e que caracterizam essas motos dentro desse segmento, porém nós sempre curtimos muito as duas, então nossa idéia era criar uma (duas no caso, a moto da Taiana e a minha) moto que unisse esses dois tipos de motos em uma só sem perder muito as características, sendo assim, conceituamos as linhas e direcionamentos da Virago. Porém ainda não era muito claro como iriamos fazer ela. Em um brainstorm, a Taiana já soltou de primeira, eu quero ela bem ratona, enferrujada e com uma cara de largada… Nessa meus olhos já brilhou, achei a ideia fantástica e já começamos a esboçar ela, decidindo cor das rodas, o que dava para implementar nela nessa linha. Assim nascendo da Rusty.

O projeto baseou-se em diversas referências, como Hot Rods e Rat Rods, onde a ideia era deixar todas as peças principais enferrujadas de verdade (e não aquela emulação falcatrua), as partes estruturais pintadas de preto fosco para exaltar as partes enferrujadas, além das rodas pintadas de verde. Com isso pautado e desenhado, partimos para a brincadeira!

Nessa época em paralelo, nós havíamos recebido o convite do Rodrigo e da Mirella Huelsmann para participarmos do Santa Catarina Custom Show que seria em 6,7 e 8 de Abril de 2012 em Balneário Camboriú, então já iríamos matar duas coisas de uma vez só. Criar um portfólio e ter material para expor nesse evento. Lembro bem que o início do projeto foi no carnaval daquele ano onde cancelamos a ida ao Tradicional PsychoCarnival para dar foco nas motocas. Bom, a brincadeira de fato começou, onde desmontamos todas ela para lavar tudo, tirar a tinta e pintar o que seria pintado e remover a tinta do que seria enferrujado.

Desmontado tudo, partiu pintar! Foi uma processo bem legal, como a Taiana era a nossa chefe da pintura, o trampo ficou com ela. O processo foi limpar todas as peças com querosene para eliminar toda e qualquer contaminação por óleo, graxa, etc. Depois lavar com sabão para quebrar os resíduos das sobras e remover qualquer gordura e partiu preparar as peças para a pintura! No tanque e paralamas de meta fizemos a remoção da tinta com o removedor pastoso e o restante foi lixado com lixa convencional para metal. Deu um trabalhinho, pois as ideia seria criar algo mesclasse o capricho na execução e com algo que fosse bem Rat e exprimisse a personalidade pé na porta da Taiana.

Depois das preparações a pintura (ou des-pintura hahaha) a Taiana atacou as peças e tirou de letra, onde o quadro, guidão, bengalas, mesa, balança, motor, etc. foram pintadas de preto fosco com tinta laca, trazendo proteção para a estrutura como o quadro e balança, pois achamos conveniente manter essas partes não enferrujadas (né!?). Já as rodas pintamos com esmalte sintético para ter uma boa aderência na roda que apesar de lixada com uma granulação baixa era cromada. A cor escolhida foi o verde, que se destaca do preto da estrutura e da ferrugem, além de ser uma das cores favoritas da Taiana.

O resultado final, ou não

Bom, de antemão já adianto que não teve um resultado final… Mas como assim Vento? Eu Explico, o processo, aliás todo processo gera um resultado final, mas como já sabemos, nossos projetos nunca tem final, certo? Então estamos mudando de tempos em tempo a motoca, aliás as motocas. Por isso o resultado final está rolando ainda… Mas não se preocupe, o resultado será mostrado aqui! hahaha Gelou que não ia ver a motoca, ná?

Então, começamos a montar a motoca, colocando as penas no lugar e adicionando os detalhes da motoca, isso ao longo do tempo como já comentamos, então foram adicionados a manopla de uma bicicleta dos anos 1940, adicionamos a grade do farol (com solda grosseira para seguir a linha), pedaleiras de aço, escapamento em aço sem tratamento (para enferrujar mesmo e com as soldas bem grosseiras), removemos os amortecedores para ficar Hard Tail, colocamos o guidão Ape-Hanger de 14″ de altura com as curvas acentuadas e um pouco mais fechado para ter uma pegada mais agressiva na dirigibilidade, espelhos menores já que são obrigatórios, colocamos as luzes de comando no velocímetro removendo aquela caixinha padrão da Virago, mudamos os conduites dos cabos para deixar mais rustica, além da remoção das carenagem como as tampas de acabamento do cabeçote e a capa do filtro de ar e do sensor de temperatura ambiente (as “bolas” abaixo do tanque, padrão da Virago), com isso adicionamos o filtro esportivo a moto (de 50mm), já que sua caixa de ar é o próprio quadro, adicionamos uma lanterna traseira com uma pegada mais simplista e remetendo as motocicletas antigas e um banco de mola com o acabamento em cour, como uma referência as motocicletas dos anos 40, onde são grandes e ergonômicos.

Além disso adicionamos alguns adesivos que representavam ou representam gostos e apoios, além da seringa com a nossa vacina anti tetânica que vai junto da moto em casos de emergência, né!? hahahahaha. Com isso fechamos depois de alguns anos e mudanças uma das primeiras versões da Rusty…

2012

Após nossa primeira kustomização:

2014

Aqui mudamos algumas coisinhas… Adicionamos o guidão mais curvado e fechado (ótimo para rodar mais firme), escapamento rustico com soldas grosseiras, deixamos ela Hard Tail e adicionamos a grade de “proteção” ao farol, feito sob medida:

Mais Detalhes

Claro que não paramos por aqui. Apesar de um hiato de 6 anos aproximadamente sem mexer nela (nascimento do filho e outras coisas pessoais), estamos retornando a pista e retornaremos a mexer nas nossas motocas e em breve teremos novidades nela… Aguardem!

É isso pessoal, obrigado para você que chegou até aqui, teve a paciência de ler e entender a nossa história e da Rusty e até breve com histórias e detalhes das motos da nossa vida.

Valeu!!!